Há algum tempo, eu trabalhava em uma instituição financeira. Minha remuneração não era das melhores, mas também não era ruim.
Eu sabia que poderia encontrar algo semelhante em outro lugar. No entanto, o verdadeiro desafio não estava no salário, mas na falta de realização profissional.
Eu não estava atuando na área que eu realmente amava e, para piorar, lidava diariamente com tecnologias e métodos que me pareciam ultrapassados.
Com o passar do tempo, esse cenário começou a me causar uma sensação de estagnação intelectual.
Eu sentia que, ao invés de evoluir, estava regredindo.
O ambiente e as metodologias ultrapassadas me davam a impressão de que eu estava “emburrecendo”. A falta de estímulo e de aprendizado constante corroíam minha motivação e meu entusiasmo profissional.
Durante muito tempo, o medo de sair dessa zona de conforto me paralisou. Eu me via preso em uma rotina que não me motivava, temendo o desconhecido e todas as incertezas que poderiam vir com uma mudança.
No entanto, dentro de mim existia um anseio forte: o desejo de explorar novas oportunidades, conhecer diferentes empresas, aprender com novos negócios, interagir com outras pessoas e vivenciar ambientes mais dinâmicos e desafiadores.
Antes de dar esse passo, porém, me preparei.
Construi uma reserva financeira e tomei a decisão consciente de me afastar do trabalho por um período.
Foi um momento sabático, onde pude desacelerar, olhar para dentro e me reconectar com os meus verdadeiros objetivos. Aproveitei essa fase para voltar a estudar, desenvolver meu autoconhecimento e, acima de tudo, definir o rumo que eu queria seguir profissionalmente.
Foi então que decidi mergulhar de cabeça na área da tecnologia. Essa era uma paixão antiga, algo que eu sempre quis fazer desde jovem, mas que, por diferentes motivos e circunstâncias da vida, acabou ficando de lado. Comecei a estudar, a me dedicar e, hoje, estou terminando minha graduação, mais confiante e preparado do que nunca.
Desde que saí daquela antiga posição, tive a oportunidade de passar por outras empresas, cada uma com seus desafios e aprendizados.
Meu currículo se fortaleceu, minha experiência se ampliou e, o mais importante, me sinto muito mais feliz e realizado. E o melhor? As portas continuam se abrindo.
Sinto que cada novo passo me aproxima ainda mais das oportunidades que sempre sonhei.
Aprendi que o medo, muitas vezes, é o maior inimigo da nossa evolução.
Ele nos limita, nos mantém estáticos. Mas, ao enfrentá-lo, descobrimos uma força incrível. Não se trata de eliminar o medo — ele sempre estará presente.
O segredo é ter coragem. É vestir o arquétipo do corajoso, como se diz na psicologia, e seguir em frente, mesmo quando o frio na barriga insiste em aparecer.
Eu não acredito em um "emprego dos sonhos". Todo trabalho em equipe, colaborativo, dentro de uma empresa, envolve desafios reais e complexos.
O que realmente importa é estarmos sempre dispostos a evoluir, aprender e buscar a nossa melhor versão, tanto como profissionais quanto como seres humanos.
A verdadeira satisfação não está em encontrar o trabalho perfeito, mas em nos tornarmos pessoas melhores a cada experiência.
E é nesse processo de erros e acertos que nos tornamos cada vez mais antifrágeis.
Diferente do frágil, que quebra diante da pressão, o antifrágil se fortalece com os desafios. Cada dificuldade superada, cada aprendizado adquirido nos transforma, nos prepara e nos impulsiona para novos patamares.
Agradeço primeiramente a Deus, que me fortalece todos os dias, e a todas as pessoas que me apoiaram, me incentivaram e estiveram ao meu lado nessa jornada. Gratidão imensa a cada um de vocês. E digo com o coração cheio de esperança: isso é só o começo! Tem muita coisa boa por vir!